Título: Quilombo na Serra do Mar: a ousadia de lutar pela liberdade
Autor: Renata Lira
Páginas: 184
Formato: 16 x 23 cm
ISBN: 978-85-54843-01-4
Sinopse: Quilombos, suíços e uma historiadora impactante. Talvez seja esta a palavra que resume o livro, Quilombo na Serra do Mar: a ousadia de lutar pela liberdade, da jovem e talentosa Renata Lira.
A obra, resultado de sua dissertação de mestrado, defendida no Departamento de História da Universidade Federal Fluminense, talvez tenha sido o último trabalho de orientação do falecido Théo Lobarinhas, grande amigo e um dos mais competentes historiadores do oitocentos que já conheci.
Neste livro, Renata Lira nos conta uma trágica história e desnuda um intrincado jogo de disputas que contrapõe suíços e quilombolas numa região tão próxima da cidade do Rio de Janeiro, Casimiro de Abreu.
A investigação da autora tem como marco a transferência da corte portuguesa para o Brasil, em 1808, e o término do reinado de D. Pedro I, em 1831. Naquele contexto, o projeto colonizador do governo português circunda novos desafios. Como dar conta de um território de dimensões continentais e redimensionar o direito à terra no Brasil, concedendo, em tese, um “título legítimo” para alguns? Qual seria a solução para os problemas que envolviam a invasão das terras indígenas? Como atender às reivindicações dos pequenos cultivadores, responsáveis por assegurar a produção de alimentos no Brasil? Como lidar com as expectativas dos súditos? Numa conjuntura particularmente complexa, a corte aqui instalada criou normas, restabeleceu critérios, tentou controlar a ocupação territorial e... fracassou.
Naquele contexto, D. Pedro I ainda ensejou que estrangeiros pudessem receber sesmarias. A partir do decreto de 25 de novembro de 1808, tudo ficou ainda mais complicado. Onde eles ficariam? Certamente, não em áreas a serem desbravadas ou áridas, como aquelas que ainda hoje secam a trajetória de famílias pobres. Quem sabe não seria mais producente ocupar terras indígenas, em especial dos considerados bravios, passíveis de serem dominados por uma “guerra justa”? O que fazer com os escravos fugidos e seus quilombos?
Renata Lira, obviamente, não tem todas as respostas, mas a obra que o leitor lerá certamente o permitirá descortinar algo tão pouco conhecido. Através das linhas de seu texto, a jovem historiadora se faz presente e demonstra que se a música brasileira ganhou uma grande intérprete, a História talvez tenha perdido uma investigadora sagaz, iluminada e... linda. Boa leitura!
Texto de Márcia Maria M. Motta - Professora Titular de História Moderna e Contemporânea da Universidade Federal Fluminense e coordenadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - Proprietas.
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R$ 50,00Price
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